Vamos às apostas? Guia Michelin 2018




Como tem sido hábito, ano após ano, com o aproximar do lançamento de mais uma edição do Guia Michelin Espanha & Portugal, surgem as mais diversas especulações sobre as novidades que serão anunciadas na cerimónia que este ano decorre em Tenerife, no dia 22 de Novembro. Se no ano passado foram várias as conquistas (ainda assim, menos do que as inicialmente anunciadas), este ano não se preveem tantas surpresas.



Sopa Tailandesa - João Oliveira (Restaurante Vista)

No campo das novas estrelas, há muito que o restaurante Vista, chefiado por João Oliveira, é um forte candidato e, desta feita, acredito que não deixará de receber a tão merecida estrela. Por lá tive uma das melhores refeições deste ano, num espaço onde, ao o profissionalismo, criatividade e competência da cozinha, se junta uma equipa de sala jovem muito bem comandada por Tiago Pereira, parte indispensável à imersividade que caracterizou esta memorável experiência gastronómica.


Lula - Pedro Pena Bastos (Herdado do Esporão)

Há uns meses, outro forte e consensual candidato seria o restaurante da Herdade do Esporão, chefiado até há pouco por Pedro Pena Bastos. Ainda que por lá, o ano passado, tenha tido aquela que foi a pior experiência de sempre (podem ver o relato no instagram - 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7), a verdade é que a qualidade e criatividade do jovem chef é há muito apreciada pela generalidade da crítica e - se essa fosse a única variável em atenção - a estrela facilmente poderia lá chegar. A mudança do restaurante para um conceito mais informal, a tão pouco tempo do anúncio, só faz sentido se assumirmos que souberam de antemão que este voltaria a não ser um ano feliz para Reguengos de Monsaraz. Só assim se entende o fecho do restaurante, depois de tanto esforço (muito do qual económico, diria eu) em prol do reconhecimento do guia.

 
Morangos - Vasco Coelho Santos (Euskalduna)

Quem certamente merece ser equacionado pelo extraordinário trabalho desenvolvido ao longo do último ano é Vasco Coelho Santos, do Euskalduna, restaurante que actualmente me enche as medidas (e sobre o qual já aqui e aqui escrevi). Uma experiência saborosa, criativa,  entusiasmante e de constante descoberta. A chegada da estrela seria da mais elementar justiça, mais ainda tendo como termo de comparação outros estrelados que por Portugal habitam. Se, por algum complexo do guia tal agora não acontecer, será certamente apenas e só uma questão de tempo.

Cogumelos - Sergi Arola (Arola, Madrid)

Na calha das segundas estrelas está o Feitoria, de João Rodrigues e o LAB, de Sergi Arola. Se o primeiro há muito que nos parece merecer, pela qualidade apresentada, o segundo, replicando a fórmula que tanto sucesso lhe trouxe a Madrid (e que aqui já falamos) onde tinha já duas estrelas, de forma natural que anseia pela mesma conquista, agora em terras lusas.

Ao nível da terceira estrela, diz-me quem este ano visitou o Ocean que seria mais do que merecida.


Pastel de Nata - Tiago Bonito (Largo do Paço)

Quem está também na calha para obter o reconhecimento do guia é Tiago Bonito, chef que este ano assumiu os comandos do restaurante Largo do Paço, em Amarante, há vários anos detentora de uma estrela. Com a mudança de chef os holofotes aqui incidem particularmente, já que tal acontecimento é olhado com especial atenção por parte dos inspectores do Guia Michelin. 

Acredito, no entanto, que no que respeito diz às perdas, poderão surgir algumas (desagradáveis) surpresas. Com a conquista do galardão, sabemos que o assédio aos chefs aumenta exponencialmente, surgindo convites, viagens, consultorias. Novos projectos obrigam a ausências prolongadas, levando, porventura, a alguma inconsistência. Assim esperamos que tal não aconteça e que apenas boas novas surjam na próxima quarta-feira.

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